CASSETE N° 05
A IDÉIA CÓSMICA
Lado A
Sou o homem entre o Criador e a natureza, como um ponto de Luz sobre o abismo e, nas profundidades de mim, a alegre claridade de um Sol. Atrás da máscara, está a alma pura que desfaz o egoísmo com o Amor, oculta minha verdade com simbolismo. Sinto-me Criador e Criatura.
Eu Sou Ele, Ele É Eu. O que está em cima ao que está embaixo, de matéria e de Deus, Eu Sou ao lado. Acima, Sou Espírito incorpóreo; abaixo, Sou Espírito encarnado. O que está em cima é igual ao que está embaixo, e o que está embaixo é igual ao que está em cima. Vocês são Deuses.
Irmão, se crês em Deus, conhece-o. E se não crês nele, sê-lo tu mesmo.
- Quem és tu?, perguntaram ao grande Mestre.
- Eu Sou o que Sou, respondeu-lhes.
Quando quis o Poder Criador derramar Sua mão sobre o Ser amado, emanou de Sua Essência uma substância, esta se fez sua forma. E da forma brotou a vida e a vida gerou sensibilidade, esta criou o coração e o coração formou o homem. Aí se deteve o Poder Criador, porque sentiu que o coração lhe envolvia nas chamas do Amor. E sua língua disse: “Eu Sou Aquele”.
Deus é a circunferência, o homem é seu eixo. Deus é a vida, o homem é o movimento sem vida. Mas não pode haver uma vida sem movimento. Deus é o homem invisível, o homem é Deus visível. Deus é Espírito incorpóreo, o homem é Espírito encarnado.
Se o homem tivesse princípio, Deus deveria ter fim. Assim que o homem não pode ter princípio. Eu não posso existir sem Deus, mas tampouco Deus pode existir sem mim, pois Ele sem mim seria incompleto. Sendo incompleto é imperfeito, e sendo imperfeito não pode ser absoluto. Se ele é perfeito eu devo ser sua perfeição.
Em princípio, Eu Era o verbo, e o verbo era um Deus.
- Quem sou eu? Quem?
- Eu Sou Ele.
- Quem és tu?
- Eu Sou Aquele.
Eu não posso definir-me, Ele tampouco pode fazê-lo, então ambos somos indefiníveis. E como não pode existir dois deuses indefiníveis, eu devo ser aquele e aquele deve ser eu. Aquele sem mim não pode manifestar-se, e eu sem aquele não posso ter o Ser. Aquele é a semente que guarda em si a árvore e o fruto. Eu sou o fruto que guarda a semente e a árvore latentes. Ele e Eu somos uma só verdade e nos manifestamos pela experiência.
É a minha imaginação a que criou todos os mundos visíveis, que sejam invisíveis a essência de Deus. Deus é a razão que determina os mundos por meio de minha imaginação. Quando o Ser quis saber, infundiu o desejo à minha imaginação e essa criou os olhos. Não há mais que uma só Lei, que toda forma visível é a expressão do invisível.
Eu Sou visível para Aquele invisível que está em mim
“E nele nos movemos, vivemos e temos o nosso Ser”, diz o Mestre.
E porque não podemos dizer que em nós Ele se move, vive e tem Seu Ser?
Para chegar a Verdade tem que romper com a falsa experiência. Para chegar ao Divino é mister calar os sentidos mentirosos.
Lado B
Porque os sentidos são os instrumentos da expressão interna. Quando um instrumento pode conhecer seu inventor?
Minha imaginação é a ponte entre Deus e os sentidos. Dirigida para fora, crer. Guida para dentro, sabe.
Crer que Deus é algo sobrenatural a mim, é ofendê-lo, é ir contra a minha natureza.
Como pode ser Deus sobrenatural, sendo Ele mesmo a minha natureza?
Quem não adora Deus em si mesmo, não encontrará outro Deus aqui no lar.
Deus é a Unidade em mim e Eu Sou Ele e Ele É Eu. Deus é dualidade em mim, Espirito e matéria. Deus é Trindade em mim: o Pai é o poder em minha cabeça, o Filho é o saber em meu coração e o Espírito é o movimento em meu sexo.
Eu Sou o verbo crucificado na matéria.
Deus é Espírito, mas a minha imaginação O faz carne.
Deus é realidade, e minha imaginação O faz atualidade.
Deus é o princípio divino, e minha imaginação é o princípio da criação.
Deus é a Vontade, e minha imaginação é a natureza criadora.
Deus é a causa, e minha imaginação é a força.
Deus é o poder, e minha imaginação é a atividade.
Deus é o Sol, e minha imaginação é o calor.
Deus é o Pai, e minha imaginação é a Filha.
Deus é o Filho, e minha imaginação é a mãe.
Deus é o Espírito Santo, e minha imaginação é a esposa.
Deus é interno e invisível, minha imaginação O expressa e manifesta.
Deus é substância, e minha imaginação o individualiza.
Deus não pede adoração, mas exige cooperação. Pedir a Deus é negá-lo. Trabalhar com ele é conhecê-lo. O objeto das religiões não é rezar a Deus, senão trabalhar para vencer a ilusão dos sentidos. Rezar significa ser escravos de suas forças, trabalhar equivale a dominá-las. Se uma religião ensina a amar a Deus, é uma religião incompleta, porque o Amor supõe amante e amado e como Eu Sou Ele e Ele é Eu, como posso amar-me a mim mesmo?
Deus que é o mesmo Amor, não necessita amar-se a si mesmo. Mas se pede docilidade para que Seu Amor seja expressado na natureza.
Admitir que Deus me criou é afirmar que eu criei Deus. E Eu Sou Ele e Ele É Eu. Ele É a raiz e Eu Sou a árvore , Ele é o Sol e Eu Sou Seus Raios.
Em estado de relaxamento, feche os olhos e ouvidos, e repita conscientemente comigo essa frase: Eu Sou Ele, Ele É Eu. Eu Sou Ele, Ele É Eu. Eu Sou Ele, Ele É Eu.